quarta-feira, 25 de junho de 2008

Rita Hayworth:"A maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo"


Apaixonado por essa atriz americana que um garçom inventou o drink "margarita", seu nome antes de tornar-se famosa. Nascida em Nova Iorque, em 1918, Margarita Carmen Cansino só fez sucesso na década de 40. Vinda de uma família de espanhóis dançarinos, começou a dançar desde pequena, iniciando suas apresentações aos 12 anos de idade e não parou mais. O primeiro contrato foi assinado em 1935, seu nome mudado para Rita Hayworth e a cor do seu antigo cabelo castanho passou a ser ruivo (fez eletrólise,muito mais doloroso que pintar, para mudar a linha inicial do cabelo, que na opinião de seu primeiro marido era muito na testa),tornando-se sua marca. Encantou as pessoas com seu carisma e beleza, que ao mesmo tempo era clássica, agressiva, sexual e exuberante.

Depois de dançar com Fred Astaire e Gene Kelly, entrou para o hall das maiores dançarinas de Hollywood e também a grande estrela romântica dos anos 40. Mas o filme que lhe garantiu o status de maior estrela da década, famosa mundialmente, foi Gilda, feito com Glenn Ford no ano de 1946. Por causa do clima sugestivo e do roteiro com muitas frases de duplo sentido, o longa foi considerado um dos filmes mais eróticos já feitos por Hollywood e muito ousado para a censura da época.

Claro que a nossa celebridade não escapou da ironia do destino das famosas: a falta de sorte na vida pessoal. Casou-se cinco vezes: a primeira foi com Edward C. Judson (1937-1943); após com Orson Welles (1943-1948), quando teve sua primeira filha: Rebecca Welles; a terceira com o príncipe Aly Khan (1949-1953), nascendo sua segunda e última filha, a princesa Yasmin Aga Khan; a quarta com o cantor Dick Haymes (1953-1955); e por fim, com James Hill (1958-1961). Seus três últimos matrimônios a fizeram interromper a carreira por diversas vezes. Ela definia seu insucesso no amor devido a ilusão que sua personagem causava nas pessoas: "a maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo".

Na década de 60 a atriz começou a beber para fugir de suas frustações, que passou a refletir em seu físico e sua carreira. Após trabalhar em "Aguirre, a Cólera dos Deuses" (1972), nunca mais voltou às telas. Encerrando suas participações no cinema, tentou, sem sucesso, trabalhar na televisão.

Rita morreu na casa de sua filha, Yasmin, em Nova Iorque, antes de completar 69 anos, vítima do mal de Alzheimer, uma doença degenerativa do cérebro que causa a demência precoce. Um final melhor que o de Marilyn, se compararmos o amparo da filha. Mas pior pela forma como ocorreu: sem lembrar dos amigos, das filhas, dos filmes que fez e nem mesmo da própria identidade. Dependendo do ponto de vista, a intérprete de Gilda teve uma forma de acabar a vida até melhor, se for levado em consideração o fato dela não possuir a consciência de morrer na total decadência e esquecimento.

Alguns filmes:
O Paraíso infernal (Only angels have wings, 1939)
O Protegido de papai (The lady in question, 1940)
Uma Mulher original (Susan and God, 1940)
Sangue e areia (Blood and sand, 1941)
Ao compasso do amor (You' ll never get rich, 1941)
Bonita como nunca (You were never lovier, 1942)
Minha namorada favorita (My gal Sal, 1942)
Modelos (Cover girl, 1944)
Coração de uma cidade (Tonight and every night, 1945)
Gilda (Gilda, 1946)
Quando os deuses amam (Down to Earth, 1947)
A Dama de Shanghai (The lady from Shanghai, 1947)
Os Amores de Carmen (The loves of Carmen, 1948)
Uma viúva em Trinidad (Affair in Trinidad, 1952)
Mulher de Satã (Miss Sadie Thompson, 1953)
Salomé (Salome, 1953)
Meus dois carinhos (Pal Joey, 1957)
Lábios de fogo (Fire down below, 1957)
Vidas separadas (Separate tables, 1958)
Drama na página 1 (The story on page one, 1959)
Dinheiro é a armadilha (The money trap, 1966)

Nenhum comentário:

Postar um comentário