segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mulheres no cinema: famosas e infelizes (??)


A independência conquistada pelas mulheres é assunto que ainda dá o que falar. Os prejuízos que isso trouxe a elas também.O que pode ser questionado, e o comentário não tem pretensão alguma de ser machista, é o que essas mulheres realmente conseguiram e se isso trouxe felicidade. Isso será ilustrado com algumas das grandes atrizes do cinema, que viveram ou ainda vivem neste mundo e de alguma forma deixaram sua marca, em algum lugar, não apenas no chão da Hollywood Boulevard.

Claro que não podemos generalizar, afirmando que todas as atrizes foram infelizes ou morreram tendo como única companhia uma garrafa de bebida. Muitas conseguiram conciliar trabalho e vida pessoal e ainda continuar no mercado, quando restou apenas o talento.

Pensar que a vida dessas mulheres brilhantes era só glamour e luxo é tolice. Faz sentido afirmar que quanto maior o sucesso de uma pessoa, maior é o seu esforço e a abdicação de sua própria vida. Da humildade à fama e sem sorte na vida afetiva. Isso aconteceu com muitas delas.

O furacão loiro será o primeiro exemplo. Norma Jean Baker, nos anos 50, nascida em Los Angeles, teve uma infância e adolescência muito solitária. Com a identidade do pai desconhecida e a mãe internada por problemas psicológicos, cresceu em casas de família e orfanatos, para onde não quis voltar e casou-se aos 16 anos com o namorado de 21, que após dois anos juntos, foi mandado para a marinha.

Descoberta por um fotógrafo, iniciou seu trabalho como modelo e em seguida começou a estudar teatro. Quando seu marido voltou ela teve que escolher entre o casamento e uma promissora carreira. A partir daí nascia Marilyn Monroe.

Eternamente lembrada, a intérprete da música "The diamonds are girl's best friend" (Os diamantes são os melhores amigos de uma garota), que fazia parte do famoso musical da Broadway "Gentlemen Prefer Blondes" (Os homens preferem as loiras), teve a sensualidade como um dos principais atributos que lançou sua carreira e também acabou com seus três casamentos.

Até mesmo no episódio envolvendo o presidente dos EUA, John F. Kennedy, apesar de iludida, Marilyn sabia que o interresse por ela devia-se única e exclusivamente por ser a maior estrela de cinema, não pela mulher que era. E cedo ou tarde o romance acabaria.

Conseguiu seu sucesso profissional a muito custo, principalmente quando não quis mais ser vista como um objeto, mas uma atriz séria. Queria mostrar que realmente tinha talento, sentimentos e era muito mais que um corpo bonito, como era mostrado em seus fimes, ela dizia que "Hollywood é um lugar onde te pagam mil dólares por um beijo e cinqüenta centavos por sua alma".

Passou a estudar, abriu sua produtora, mostrou sua versatilidade fazendo comédias, o que lhe rendeu um globo de ouro em 1959 ("Quanto mais quente melhor" (Some like it hot)). Apesar da comoção causada pela atriz, afirmava que "sabia que pertencia ao público e ao mundo, não pelo fato de ser talentosa ou até mesmo bonita, mas porque eu nunca pertenci a nada ou a ninguém."

O fracasso de sua vida amorosa e seu sofrimento renderam-lhe a admiração que o mundo tem por ela. Marilyn virou um mito de "beleza triste", o sucesso que não trouxe felicidade, e com certeza sua história comove as pessoas. Apesar de famosa, talentosa, desejada, era vista apenas como um objeto, algo intocável, talvez por essa razão nenhum homem nunca tentou, de fato, lutar por ela. Uma frase da atriz criou o que as pessoas chamam de complexo de Marilyn Monroe: "estão mais interessados no meu corpo que em minha alma".

Vítima do álcool e dependente química, fez dois abortos e morreu de overdose aos 36 anos. Teorias afirmam haver uma conspiração que liga sua morte aos irmãos John e Robert Kennedy, que supostamente relacionavam-se. Gravações dos telefonemas e outros registros sumiram. O relatório da autópsia foi perdido. A documentação do FBI sobre sua morte foi trocada e os amigos que investigaram o fato foram ameaçados de morte.

Transformada em símbolo sexual do século 20, desejada por muitos homens, invejada pelo sexo feminino, considerava-se um fracasso como mulher. Certa vez ela disse: "Qualquer jovem estrela vibra quando recebe a primeira carta de um admirador. É como se embebedar. Mas, o que pode significar para uma mulher um milhão de admiradores? Na vida, conta mais um só homem que represente o amor". Pobre Marilyn.


Alguns dos filmes de Marilyn Monroe

O Inventor da Mocidade (Monkey Business, EUA, 1952)

Almas Desesperadas (Don't Bother to Knock, EUA, 1952)

Torrentes de Paixão (Niagara, EUA, 1952)

Os Homens Preferem as Loiras (Gentlemen Prefer Blondes, EUA, 1953)

Como Agarrar um Milionário (How to Marry a Millionaire, EUA, 1953)

O Mundo da Fantasia (There's No Business Like Show Business, EUA, 1954)

O Rio das Almas Perdidas (River of No Return, EUA, 1954)

O Pecado Mora ao Lado (The Seven Year Itch, EUA, 1955)
Nunca Fui Santa (Bus Stop, EUA, 1956)

Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, EUA, 1959)

Adorável Pecadora (Let's Make Love, EUA, 1960)

Os Desajustados (The Misfits, EUA, 1961)

Nenhum comentário:

Postar um comentário