sábado, 1 de maio de 2010

Woody Allen está de volta

Quem assistiu "Vicky, Cristina, Barcelona" (2008) e gostou, deve ir conferir "Tudo pode dar certo" (Whatever Works, 2009) com outras expectativas. O conhecido Woody Allen volta à Nova Yorque e ao mesmo tom neurótico e chato de sempre.
Uma história, que pretende sair do clichê, mas cada vez narra mais situações comuns e personagens entediantes, mesmo criticando acidamente esses elementos. Todos as ferramentas estão lá: o velho neurótico, a jovem burra, os pais malucos, que acabam optando por outro estilo de vida, mas caem em escolhas usuais e ridículas.
Obiviamente que o texto do diretor não pode ser desmerecido, como sempre ele constrói os dilemas da vida de forma muito bem escrita e engraçada, como a frase: "Deus é gay, ele é decorador", referindo-se a criação das coisas belas. O fato de conquistar o desprezo pelos personagens chatos é outro ponto para ele.
De qualquer forma, nota-se que é uma história autobiográfica: um homem mais velho, incompreendido, cheio de manias e neuroses enxerga-se como a mente mais evoluída para fazer a mediação entre dois mundos: o ficctício e o real, que pode ser interpretado aqui fora como a sétima arte descrita pelo cineasta e lá dentro o mundo revelado de tédio dos personagens que ainda não seguiam sua filosofia. Ele coloca-se como o mediador gênio para "ensinar" algumas lições para as pessoas, dentro e fora das telas.
Mesmo reclamando de tudo e demerecendo a raça humana apoia-se na questão piegas da força do destino e o amor como elementos que, apesar da vontade negativa de muita gente, acaba dando certo.
O bom e velho Woody Allen está de volta, e a chatice das divagações neuróticas da vida também. Bom apenas para quem gosta.

título original:Whatever Works

gênero:Comédia
duração:01 hs 32 min
ano de lançamento:2009
site oficial:estúdio:Wild Bunch / Perdido Productions / Gravier Productions
distribuidora:Sony Pictures Classics / California Filmes
direção: Woody Allen
roteiro:Woody Allen
produção:Letty Aronson e Stephen Tenenbaum
música:
fotografia:Harris Savides
direção de arte:
figurino:Suzy Benzinger
edição:Alisa Lepselter

Um comentário: